quinta-feira, 9 de janeiro de 2020

Alzheimer

Em 2016 escrevi um texto, mas não o publiquei.
Hoje, comecei a atualizar, mas percebi que seria interessante deixa-lo como estava....


Mais uma vez dei uma abandonada no blog. 
Não era a primeira vez, mas nem tinha percebido que tivesse passado tanto tempo, desde a última postagem.

Esse blog nasceu para que eu pudesse ter um canal para canalizar todas as minhas dicas. Sendo uma tagarela, curiosa, e que acha um desperdício, quando boas dicas e informações, morrem com alguém, decididamente, eu não queria que isso acontecesse comigo, ou melhor, com o que eu sei/conheço!

Olhando para trás, desde o nascimento dele, em 2009, vejo por quantas coisas já passei! Umas boas, outras nem tanto, mas todas vividas, e por que não dizer, divididas, compartilhadas?
Eu acredito, de verdade, que quando dividimos, tudo flui melhor. O que é bom, serve para dar carga positiva para o outro. O que não é tão bom assim, serve para minimizar o sofrimento, pois quando não estamos sós, sabemos que somos mais fortes.

Então. Quais são as minhas novidades? Quais são as dicas? Ou, o que quero dividir com vocês??

Minha nova experiência de mãe! Sim. 

Filhos não foram prioridade para mim, e a vida me levou por caminhos que acabaram definindo que assim seria. Não sei se foi uma estrada boa, ou se foi a minha maior demonstração de fraqueza.
Mas isso não quer dizer que não tenha exercido minha maternidade! Pelo contrário!
Mas voltando ao ponto.

Em julho de 2015, minha mãe ficou seriamente doente, pela primeira vez, em seus quase 80 anos. Teve uma embolia pulmonar, que evoluiu para uma pneumonia dupla, que levou-a à uma internação de quase 30 dias, sendo que 10, em uti.
Ao ter alta, ainda necessitando de cuidados apropriados, foi para a casa de minha irmã, e lá ficou por quase 5 meses.

Em janeiro de 2016, na minha volta das férias, ela veio morar conosco.
Hoje, como diz meu marido, Franco, nossa família é composta por nós três, e a Thora, nossa anfitriã (sim, a casa é (ou era) dela!).
Por que? Por que minha mãe foi diagnosticada com Alzheimer.
Bomba!!! Meu Deus! É isso mesmo? Tem certeza? Mas se não existem testes, exames, como saber se não a estão diagnosticando direito?
E eu? Será que já tenho? Vou ter? Caramba!!!! Como vai ser a vida agora???

Gente, minha cabeça virou um turbilhão de perguntas, anseios, medos, e por que não dizer, raiva? Sim. Raiva. Difícil admitir um sentimento feio, mas eu tive sim, muita raiva. E muuuuito medo.
Como assim? E agora? E a minha vida? E o meu casamento? E minha liberdade?

Depois pensei: ainda bem que tinha voltado para terapia, em 2015... DEUS existe.
Assim como no período do câncer, ELE, na sua imensa misericórdia, tinha, de alguma forma, me mostrado que eu deveria procurar terapia.
E assim como foi naquela época, está sendo agora: tudo está indo da melhor maneira que poderia ser. Mas nem por isso está sendo fácil.

Bom, a primeira coisa que gostaria de colocar como dica é:

O que é ALZHEIMER?
Logo após a primeira consulta da mamãe com o geriatra, eu escrevi uma carta para ele:
 ....
Tenho ficado muito preocupada com as falhas aparentes de memória, com momentos de ausências (fica com os olhos fixos, olhando para o nada, mesmo quando estamos com a tv ligada), troca fatos importantes (me perguntou se meu pai conheceu meu marido... estamos juntos há 20 anos!!), ou conta casos trocando as pessoas. E isso sem falar na questão da higiene... não quer lavar a cabeça, não lava as mãos direito, nem para ajudar na cozinha... E tenho que repetir, todo final de semana, por que não pode comer verduras....  

Me pergunta qual roupa ela deve vestir, ou sapatos.

A única coisa positiva é que está sempre pronta, se for para sair de carro!
Sei que o momento que ela está vivendo não é fácil, pois está perdendo sua autonomia...
Estou tentando marcar consulta com o senhor, mas pensei em adiantar essas minhas questões, antes da consulta, para que o senhor pudesse "processar" tudo.
Será que se trata somente de demência, ou teria algo mais por trás disso? Pelo que conheço do alzheimer, não me parece... mas não sou médica. E se for demência, tem algo concreto que possamos fazer?
Eu agradeço de antemão pela acolhida.

A resposta recebida foi:

Demência é um termo que relaciona-se a um conjunto de sintomas que, em última análise, tornam o paciente dependente de terceiros para realização de suas atividades . As demências podem ser dívidas em reversíveis ( relacionadas a doenças infecciosas , deficiências de vitaminas/ hormônios , entre outros ) e irreversíveis , cuja principal causa é a doença de Alzheimer.

Os sintomas relatados são compatíveis sim com doença de Alzheimer , mas será importante uma reavaliação detalhada na próxima consulta . Preciso rever os detalhes do prontuário dela  para lhe dar uma posição mais definitiva .

De qualquer forma essas novas informações são valiosas para uma diagnóstico preciso, uma vez que ainda não existe um teste específico para o diagnóstico de Alzheimer . Caso realmente fique diagnóstico doença , apesar de não existir tratamento curativo , temos medicações para tentar amenizar os sintomas e preservar a capacidade funcional do paciente o maior tempo possível .

Qualquer dúvida me fale .

Aguardo vocês na consulta.

Atenciosamente 

 Segue...

by Popola

sexta-feira, 13 de setembro de 2019

Quem quer pão????

É engraçado como nós brasileiros teimamos em adotar palavras de outros idiomas.
A última aquisição (para mim), é o levain.
Na verdade trata-se de fermento natural, ou massa mãe.
Não sei se é o "pão de Cristo", famoso na minha infância, na década de 70.

É trabalhoso, e nem sempre dá certo prepará-lo em casa.
O melhor mesmo é conseguir uma doação de alguém que já tenha. Se não conhecer ninguém que tenha, pode sempre pedir em alguma padaria de longa fermentação, no seu bairro, ou sua cidade.

Eu conheci esse processo em um curso (workshop?!?!) no Centro de Cultura Italiana, em copacabana.
Quem deu a aula foi a Benedetta, e me encantei.

A partir daquele sábado, mergulhei em um mundo de farinhas, paciência, amor, e dedicação, que são os elementos primordiais para se conseguir um bom pão de fermentação longa.

Pra quê?
Por vários motivos.
Não sou celíaca, nem tenho intolerância ao glúten, mas é fato que ele causa alguns desconfortos, quando ingerido diariamente.

Quer saber mais? Leia essa reportagem aqui

O trecho abaixo, que retirei da reportagem acima, é uma das partes mais importantes:

"As pessoas comem pão há mais de dois mil anos e somente nos últimos dez que está todo mundo falando em glúten. Quando você deixa o pão fermentando por muitas horas, as enzimas, as bactérias, os micro-organismos fazem uma pré-digestão dessa cadeia gluteica. A indústria acelerou um processo de trinta horas para três. Além de não ter tempo de o pão desenvolver sabor, textura, aroma, o pão tem o glúten muito fresco ainda”, diz André Santi, da Fábrika Pães. Apesar de os pães de fermentação longa que contêm glúten não serem recomendados a celíacos, padeiros garantem que pessoas com níveis baixos de intolerância podem sentir menos — ou mesmo nenhum — desconforto comendo-os."
Leia mais em: https://www.gazetadopovo.com.br/bomgourmet/pao-fermentacao-lenta-mania-do-brasileiro/
Copyright © 2019, Gazeta do Povo. Todos os direitos reservados.

Não se deixe enganar pelos "perfeitinhos", que afirmam só ser possível com forno e panelas especiais.
Meu forno é comum, e não uso panelas especiais.
E tenho conseguido bons pães.

E aí?
Bora tentar?


by Popola

segunda-feira, 2 de abril de 2018

Dia Mundial da Conscientização do Autismo

Resultado de imagem para dia do autismo

Obrigada por existirem!
Nosso mundo é mais completo graças a vocês!



By Popola

13 anos sem Papa João Paulo II

Resultado de imagem para 13 anos de morte do papa joão paulo ii

Santo Papa João Paulo II, rogai por nós!


By Popola

sexta-feira, 16 de março de 2018

MARIELLE FRANCO

Marielle Franco: a quem interessava seu assassinato?
A vereadora Marielle Franco (PSOL), morta a tiros no centro do Rio na noite de quarta-feira: a quem interessa a sua morte? (Márcia Foletto/Agência o Globo)

Mais uma impunidade.
Mais uma tragédia.
É esse, o Brasil que queremos?
É esse, o Rio que merecemos?
De luto

by Popola

quarta-feira, 14 de fevereiro de 2018



ENTRE FERRO E FIO
- Marina Colasanti

Como punhal
sem sangue
e sem ruído
a agulha vara a carne do tecido.
Ouvem-se apenas
do metal vencido
a queixa do dedal
e um leve sibilar
ferindo as fibras.
A linha se insinua
serpente que
entre trama e urdidura
de outros fios se defende
e ponto a ponto
impõe
nova estrutura.
A essa falsa fronteira
que sem ser cicatriz
o corte emenda escondida na beira
a essa semovente arquitetura
batizamos
costura.

- Passageira do trânsito - Record, 2009