Como punhal sem sangue e sem ruído a agulha vara a carne do tecido. Ouvem-se apenas do metal vencido a queixa do dedal e um leve sibilar ferindo as fibras. A linha se insinua serpente que entre trama e urdidura de outros fios se defende e ponto a ponto impõe nova estrutura. A essa falsa fronteira que sem ser cicatriz o corte emenda escondida na beira a essa semovente arquitetura batizamos costura.
Um comentário:
estava à procura desse texto e eis que vc me presenteia com ele. Obrigada
Postar um comentário